Aladdin




            

            Fale o que quiser, mas é difícil superar os musicais da Disney. O estúdio já emocionou adultos e crianças com suas animações, agora, com a tecnologia a seu favor, o faz novamente em versão live-action de um de seus clássicos inesquecíveis, Aladdin. A história que todos conhecem vista com uma energia renovada no estilo que só a Disney sabe fazer, não é todo dia que temos uma oportunidade dessas.
            O jovem ladrão Aladdin se apaixona pela linda princesa Jasmine, mas para conquistar o coração da moça e salvar seu reino das mãos do ambicioso Ja’Far, ele terá que contar com a ajuda do gênio da lâmpada mágica.


            A direção é do Guy Richie, conhecido pela ação, sua primeira experiência na fantasia impressiona. O diretor nunca deixa o ritmo cair e define o tom irreverente e sagaz já nas primeiras sequências. Suas composições são inspiradoras, espetáculos visuais e sonoros que reúnem o melhor de sua criatividade e talento da equipe de produção. Desde a robusta apresentação de personagens até as grandes exposições musicais altamente imersivas e empolgantes, Richie credita ao filme momentos tocantes e grandiosos.
            Grande parte desse sucesso também se deve à impressionante direção de arte do longa. A criação do reino de Agrabah é absolutamente crível e palpável, riquíssima em detalhes de cenografia e figurino, ajudando a sustentar uma identidade cultural muito forte. Basta olhar para qualquer um dos vestidos da Jasmine para entender. 


            O roteiro é sempre crescente, avançando na narrativa enquanto desenvolve seus personagens de acordo com a ação. Sua maior virtude talvez seja as situações hilárias que cria, arrancando várias risadas de qualquer um. Só engasga um pouco na transição do segundo para o terceiro ato, mas logo volta a elevar a produção com novas sequências cativantes. O filme é mais longo do que precisava, não há tanta complexidade no enredo para que se precisem de duas horas para desenvolvê-lo, mas é difícil apontar onde exatamente o roteiro enxugaria tempo, o que é bom pois mostra que não falta entretenimento.

            A criação desse novo Aladdin é certeira, ele é ágil, esperto e malandro, o ator Mena Massoud mescla muito bem a sinceridade dos sentimentos do personagem com sua fisicalidade e sagacidade. A Naomi Scott faz uma Jasmine determinada e corajosa, que subverte o papel submisso atribuído a uma princesa e monta uma personalidade poderosa. Mas o show é do Will Smith como o Gênio, é uma performance muito engraçada, cheia de gestos e caricata que casa perfeitamente com a personalidade e atitudes do Gênio. Sua dinâmica com o Mena Massoud dificilmente poderia ser mais verdadeira, construindo de forma autêntica um dos elementos mais importantes do filme, a amizade entre o Aladdin e o Gênio. 


O macaco Abu e o tapete mágico estão irretocáveis. O Marwan Kenzari como Ja’Far é funcional, embora uma abordagem mais sutil e perversa funcionaria melhor do que sua atuação raivosa e afetada. Já o personagem do Sultão é totalmente esquecível e o Hakim poderia facilmente ser dispensado.
Quer matar a saudade de musicais e ter muitos motivos para rir? Assista Aladdin, dificilmente você ficará insatisfeito pois o valor de entretenimento desse filme não decepciona. Uma ótima indicação para a família toda.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Mecanismo (2018)

O Rei do Show

Star Wars: Os Últimos Jedi