Star Wars: Os Últimos Jedi



          

         
          Quando George Lucas apresentou suas ideias de Star Wars pela primeira vez poucas pessoas acreditaram que ela poderia dar certo de verdade. Mas apesar das limitações tecnológicas da época, o primeiro filme da franquia foi lançado em 1977 e conquistou gerações de fãs. Tornou-se um precursor do cinema blockbuster, mudando a história do cinema. Hoje, em 2017, a saga continua mais viva do que nunca, atraindo novos admiradores e emocionando os antigos.
            Nessa nova sequência, a jovem Rey (Daisy Ridley) tenta desvendar os mistérios da força após encontrar o lendário Luke Skywalker, enquanto os rebeldes lutam contra Kylo Ren e seu exército do Primeiro Império.

          
          Visualmente, temos o filme mais impressionante da saga. As cenas são energéticas e potencialmente nostálgicas. A direção de Rian Johnson nos dá justamente o que queremos ver, ele controla a expectativa fãs até quase o insustável para então finalmente nos presentear com um espetáculo visual e sonoro. Aliás, a trilha de ninguém menos que John Williams segue marcando o ritmo como poucos sabem fazer, os graves diante das ameaças e agudos nas batalhas ainda funcionam perfeitamente. Sem falar que é sempre bom relembrar a música tema da franquia, praticamente um ícone imaterial da cultura pop.


            Para exemplificar, temos uma das cenas finais do filme situada em um planeta branco com belos contrastes de vermelho. Ela é marcada de iconografia clássica unida a efeitos visuais criados com CGI quase irretocável. Isso representa uma oportunidade de presenciar elementos conhecidos vistos através de nova abordagem. E, mais importante de tudo, nunca fica cansativo ou bagunçado, cada momento parece único e prende nossa atenção por parecer real. Inovações na mistura de elementos cinematográficos também ajudam nessa imersão, como em uma sequência que esperamos uma grande explosão mas som é cortado e podemos ouvir nossos próprios suspiros de admiração.


O filme é capaz de reinventar mesmo em termos narrativos. Star Wars sempre foi um clássico exemplo de narrativa da “Jornada do Herói”, mas aqui encontramos ajustes que levam a uma estrutura de roteiro diferente do que conhecemos. Temos múltiplos núcleos sendo desenvolvidos isoladamente que contribuem individualmente para o desfecho, que deixa um bom gancho para emendar a sequência seguinte. Mas, apesar dessa nova estrutura ser bem-vinda à franquia, suas transições implicam em constantes quebras de ritmo durante as mudanças de ambientação.
            A história que envolve a Rey e o Luke é uma inversão do que era esperado. É de se imaginar que a relação entre os dois fosse de mestre/aprendiz assim como ocorreu entre Obi-Wan e Anakin Skywalker ou o Yoda e o próprio Luke, mas com o decorrer do longa descobrimos que não é exatamente assim. Inclusive, essa situação representa uma surpresa em relação ao Luke que dá ainda mais profundidade ao personagem. E uma segunda situação em relação a ele, já bem no final do filme, é capaz de deixar qualquer fã arrepiado.


A Rey continua como uma personagem forte e a atuação da Daisy Ridley contribui bastante para isso, apesar do roteiro perder a chance de desenvolver um pouco mais o passado dela. Quanto ao Finn (John Boyega) vemos ele interagindo com uma nova personagem Rose (Kelly Marie Tran), não há nada de errado com o desenvolvimento deles, mas essa interação representa o núcleo mais destoante da narrativa principal. Tem-se a impressão de uma jornada sem muita importância, sobretudo no que diz respeito à participação do Benicio del Toro, que interpreta o personagem mais raso. Uma parte dessa aventura poderia ter sido reduzida a fim de economizar tempo. 


E quanto ao Adam Driver como Kylo Ren vemos que ele encara bem o dualismo de seu personagem, tornando-o mais imprevisível e dando possibilidades dos espectadores de se surpreenderem mais vezes.


A outra parte do elenco como Oscar Isaacs, Carrie Fisher e Laura Dern se ocupa com uma história bem desenvolvida sobre a linha de comando da nave. Infelizmente um trágico evento na produção do filme afeta um pouco a narrativa, trata-se da morte da atriz Carrie Fisher, que interpretava a princesa Leia, e os ajustes do roteiro para lidar com essa situação são perceptíveis.
Os aspectos visuais do filme, tanto em termos de efeitos especiais como em técnicas cinematográficas, são seus principais atributos, combinando nostalgia e modernidade. Dessa forma, Star Wars: Os Últimos Jedi é uma ótima continuação e não mancha história da saga com uma decepção, na verdade, eu diria que representa um enlevo no aprimoramento desse universo e por que não o melhor filme da saga.

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