Perdido em Marte
Mesmo depois de tanto tempo passado desde o lançamento de Blade Runner – O Caçador de Androides e
Alien – O Oitavo Passageiro, Ridley
Scott mostra que não perdeu a mão e ainda sabe fazer cinema.
Após uma tempestade durante uma missão em Marte, a capitã
Melissa Lewis (Jessica Chastain) vê-se obrigada a deixar um dos integrantes de
sua equipe, Mark Watney (Matt Damon), no planeta, acreditando que o mesmo
estava morto. No entanto, o astronauta sobrevive, surpreendendo os cientistas
da NASA e, enquanto o resgate não chega, Watney deve encontrar um jeito de
permanecer vivo.
O roteiro do filme é competente e não encontra problemas em
nos apresentar um personagem carismático e até engraçado. Aliás, esse é um
ponto importantíssimo na trama e sem ele o filme inteiro fracassaria, pois caso
Mark Watney fosse entediante ou sem profundidade, o público não poderia criar
empatia e, consequentemente, não torceria por ele. Além do roteiro, outro fator
que contribuiu para o sucesso do personagem é a interpretação de Matt Damon,
eficiente nos momentos mais tensos e satisfatória nas ocasiões onde o humor
prevalece.
O filme também impressiona pela fotografia, que, somada à
ambientação criada pelos planos abertos de Scott e à trilha sonora adequada, consegue
retratar Marte como um lugar palpável e real.
Mas perde prestígio ao encher o enredo com personagens
desnecessários e sem desenvolvimento por falta de tempo. Fica uma sensação de
subaproveitamento de atores que já provaram o seu talento como Sean Bean, Kate
Mara, Michael Peña e até a própria Jessica Chastain.
Mesmo com seus problemas, o filme
supera expectativas e vale a pena ser assistido, afinal de contas não é sempre
que temos bons diretores voltando à sua aptidão de forma tão acentuada.

Comentários
Postar um comentário