O Regresso
No ano passado, Iñárritu
ganhou o Oscar de melhor diretor por “Birdman”, filme que virou um grande
sucesso de crítica e com grande propensão de se tornar um clássico daqui a
alguns anos. O diretor não perde tempo e, um ano depois, nos presenteia com “O
Regresso”, reafirmando que é um grande cineasta e que não brinca em serviço.
Inspirado em uma história real ocorrida em 1822, “O
Regresso” conta a história do caçador Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), que, após
ser atacado por um urso e ser abandonado por seu parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), passa por várias provações a
fim de sobreviver e vingar a morte de seu filho.
Iñárritu nos brinda com um jogo de
câmera inventivo, cheio de travelling
e movimentos circulares que impressiona logo no início. Novamente, o diretor
assume a dificuldade para tornar o filme exatamente da forma que ele quer, contando
sua história através de vários planos sequência e tracking shots que são
dificílimos de serem realizados.
Mas o sucesso do filme não se deve
apenas à direção, ele também impressiona com todos os aspectos técnicos. Trilha
sonora formada por músicas e ruídos que cria um ambiente totalmente imersivo. Direção
de arte primorosa, com destaque ao figurino e a maquiagem extremamente realista.
Computação gráfica praticamente impossível de ser melhorada. E, além disso tudo,
ainda temos uma fotografia impressionante que conta com uma iluminação
exclusivamente natural extremamente difícil de ser alcançada.
Como se isso não bastasse, Leonardo
DiCaprio dá uma aula de atuação. Temos sofrimento, angústia, medo, raiva,
frustração e mais um monte de emoções estampadas no rosto e também no corpo do
ator. Isso tudo de uma forma tão bem representada que seria uma injustiça gigantesca
se ele não levasse o seu tão esperado Oscar para casa.
Mas o filme é grande demais, vinte
minutos no mínimo poderiam ser enxugados, principalmente no final, quando Hugh
finalmente vai atrás de sua vingança. Além disso, também senti a falta de um
desenvolvimento na relação entre o protagonista e seu filho no início do filme.
A produção de “O Regresso” é bem
sucedida em quase tudo que propõe e que resulta em um filme, acima de tudo, imersivo
e palpável.

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