Estrelas Além do Tempo

Acredito que, em resposta à #OscarSoWhite, que circulou durante às vésperas da maior cerimônia do cinema ano passado, Hollywood decidiu dar atenção a um filme sobre a história da luta de três negras contra o racismo, mesmo o longa não sendo tão bom assim.


O filme ilustra a corrida espacial entre os Estados Unidos e Rússia e mostra a importância de uma matemática brilhante, uma engenheira sonhadora e uma supervisora em busca de reconhecimento para a vitória americana, mesmo as três sendo negras em tempos de segregação racial.
Temos aqui um filme ambicioso mas que se perde em exageros. A direção preocupa-se tanto em passar uma mensagem contra o preconceito racial e encher o longa de momentos de superação que se esquece das sutilezas necessárias para tornar uma história palpável. Nunca fica a sensação de que estamos de frente com uma história real, a trama parece movida por conveniências e não pelos esforços das personagens, chegando até a ser piegas. Tudo é estampado na cara do espectador e os objetivos de cada cena são tão óbvios que o filme parece que não tem muito mais a oferecer.
Nem o design de produção (incluo aqui o figurino e a maquiagem) parece verossímil, o ambiente é criado para reforçar o senso de superação e de gratificação a todo instante, chega a ser cansativo.
Mas o elenco é bom, as três mulheres passam uma personalidade forte e confiante, mesmo a interação entre suas histórias sendo tão episódica. A Janelle Monae transmite os sonhos de sua personagem Mary de forma genuína e a Octavia Spencer tem um ar de liderança inspirador. Já a protagonista Taraji Henson não convence como a matemática incrível de sua personagem, mas seu lado humano e materno é irretocável.
Hidden Figures é um filme que  conta uma história importante e tinha tudo para ser memorável, mas os excessos o incham demais de modo que o realismo fica comprometido.

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