A Garota Dinamarquesa
Não
é novidade para ninguém que Eddie Redmayne é um grande ator, até mesmo para
opositores de seu Oscar no ano passado. Nesse filme sensível e humano, ele não
decepciona e faz de “A Garota Dinamarquesa” um filme relevante, apesar de suas inconsistências.
O filme conta a história real da
primeira transexual que já existiu. Ela começa com o casal pintores Eimar
(Eddie Redmayne) e Gerda Wegener (Alicia Vikander) que mantêm um casamento
estável e feliz até que Eimar começa a pousar com roupas femininas para sua
esposa e descobre que se sente melhor como Lili Elbe do que como Eimar Wegener.
O diretor ganhador de Oscar, Tom
Hooper, emociona em demonstrar a transformação de Eimar em Lili, desde seu
descobrimento até sua mudança de gênero definitiva, ainda mais em um tempo em
que questões como a homossexualidade são tão discutidas. O espectador torce
pela personagem nesse filme que tenta derrubar ou, pelo menos, amenizar, o
preconceito inserido na sociedade com uma história tão tocante.
Mas o filme comete falhas com aquilo
que não envolve essa transformação propriamente dita. Por exemplo, a personagem
Gerda é cheia de contradições, ela adota posturas firmes e opostas
constantemente sem que nada de substancial tenha acontecido para essas mudanças.
Outro ponto negativo é a relação superficial que essa personagem tem com Hans
Axgil e, da mesma forma, entre Lili e Henrik. Além disso, uma cena em
específico que envolve violência física é desnecessária e a conclusão do filme,
que deveria ser chocante, apenas deixa um gosto amargo.
Apesar de Eddie Redmayne roubar a
cena, a atuação de Alicia Vikander também deve ser exaltada. Ela, mesmo com uma
personagem tão problemática, convence como uma esposa dedicada e preocupada.
Com um roteiro precário em questões
menores, mas satisfatório e terno na trama principal, “A Garota Dinamarquesa” é
um importante filme que demonstra a dificuldade em assumir a homossexualidade
em uma época passada, mas que também pode ser aplicada atualmente.

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